A escuta é um dos atos pedagógicos mais transformadores. Durante anos em sala de aula, descobri que escutar os alunos muda tudo.
Quando perguntamos: “O que vocês acharam desse texto?”, abrimos uma porta. Eles entram com histórias, dores, risos, dúvidas. E isso pode se transformar em aprendizado significativo.
A escuta que transforma o ensino da leitura
Muitas vezes, professores acreditam que precisam conduzir toda a leitura – explicando, interpretando, mediando cada frase. Mas quando escutamos o que os alunos trazem espontaneamente, percebemos caminhos que nenhum planejamento prevê.
Foi escutando meus alunos que entendi que:
- Eles gostam de ler, sim – desde que o texto os respeite. Quando oferecemos textos que consideram sua idade emocional e social, eles respondem com interesse. Um aluno já me disse: “Nunca tinha lido algo que parecia que falava comigo”.
- Eles enxergam relações que a gente não vê. Uma vez, trabalhando um poema de Adélia Prado, uma aluna disse que a autora parecia ter escrito aquilo pensando na avó dela. Era uma conexão emocional que transcendeu qualquer análise técnica.
- Eles nos ajudam a dosar o ritmo. Às vezes, é preciso desacelerar. Em outras, aprofundar um ponto que passou batido. A escuta dá pistas preciosas para adaptar o percurso.
Escutar é planejar com afeto
Essa escuta ativa, sensível e respeitosa também orienta meu trabalho na mentoria para professores. Escutamos a escola, o contexto, os alunos, e principalmente, o professor. Não há ensino transformador sem uma escuta que valorize todas as vozes.
Se você também acredita que escutar pode transformar sua prática, te convido a conhecer a minha mentoria. Juntos, vamos cultivar uma educação mais humana, leve e potente.