O corpo cansado e a alma esvaziada
A maioria das professoras que conheço carrega um cansaço que não se resolve com uma boa noite de sono. É um desgaste mais fundo, feito de pequenas frustrações, pressões constantes, cobranças veladas e uma rotina que quase nunca permite criar com calma. Aos poucos, a paixão pelo ensino vai se tornando uma obrigação sem brilho. A motivação some. A alegria de planejar desaparece.
Mas a leitura pode ser um refúcio. E mais do que isso: pode ser uma forma de autocuidado. Ensinar com livros é uma escolha que alimenta não só o aluno, mas também a professora.
O livro como espaço de respiração na rotina escolar
Num dia cheio de demandas, uma boa leitura em sala pode ser o respiro. O silêncio que não pesa. O encontro que não exige nada, apenas escuta e abertura. Quando a leitura entra com sentido, ela muda o clima da aula, humaniza o processo, reorganiza o tempo.
É diferente de aulas 100% expositivas. É diferente de correr atrás de uma apostila. A leitura bem conduzida exige menos da professora no sentido da performance, e mais no sentido da presença. Isso, por si só, já é uma forma de cuidado.
Leitura como lugar de escuta e afeto compartilhado
Quando a professora compartilha um livro com a turma, ela está criando um espaço simbólico de acolhimento. Muitas vezes, o que o aluno não consegue dizer, ele revela através de uma conversa sobre o texto. E nesse momento, a professora também se escuta. Também se encontra. Também se lembra do que a moveu a escolher a educação como caminho.
Essa relação com a leitura — viva, coletiva, afetiva — reabre uma porta para o encantamento. Não um encantamento ingênuo, mas profundo: aquele que reconhece o livro como um dispositivo de escuta, de arte e de humanização.
Antonio Candido e a leitura como direito e cuidado
O crítico literário Antonio Candido defendia que a literatura é um direito humano. Porque ela nos permite existir para além da sobrevivência. Ensinar com livros, então, é garantir esse direito não apenas ao aluno, mas também a si mesma. É um gesto político e afetivo, que diz: “não vamos apenas sobreviver ao ano letivo; vamos viver através da leitura”.
Planejar com livros é planejar com sentido
Quando a leitura é parte do planejamento, a professora ganha tempo e profundidade. As aulas fluem, os alunos se envolvem, as conversas se expandem. Não é sobre abandonar conteúdo, é sobre integrá-lo com sentido. E isso torna o ato de ensinar mais leve, mais prazeroso, mais real.
Cuidar da leitura é cuidar da professora que você quer continuar sendo
Reencontrar a motivação docente não está apenas em formações técnicas ou em soluções milagrosas. Está no retorno às origens. Ao livro. À escuta. Ao desejo de formar leitores e, com isso, formar também a si mesma como educadora sensível, viva, presente.
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